quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Soneto do Epitaphio - Manuel Maria Barbosa du Bocage

La quando em mim perder a humanidade Mais um daquelles, que não fazem falta, Verbi-gratia — o theologo, o peralta, Algum duque, ou marquez, ou conde, ou frade: Não quero funeral communidade, Que engrole "sub-venites" em voz alta; Pingados gattarrões, gente de malta, Eu tambem vos dispenso a caridade: Mas quando ferrugenta enxada edosa Sepulchro me cavar em ermo outeiro, Lavre-me este epitaphio mão piedosa: "Aqui dorme Bocage, o putanheiro; Passou vida folgada, e milagrosa; Comeu, bebeu, fodeu sem ter dinheiro".

Foto e poema : Internet

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